Dia desses me disseram que depois eu comecei a mexer com esse negócio de arte, fiquei (mais) antipático (!!). tal afirmação seguiu a pergunta “do-que-é-que-tu-gostas-afinal ?!” Cara! Tipo assim... muita coisa e coisa e tals!
A questão é que se eu me rasgo por algo, vêm logo me perguntando o que-é-que-isso-tem-de-mais? Teve gente legal que disse que talvez não tenha entendido tal filme, livro, ou peça e por isso não tenha gostado tanto quanto eu. Teve gente não tão legal que gritou que jamais veria qualquer coisa por mim indicada e teve gente amorosa que dizque...
(Suspiro, coço a testa, cruzo as pernas.) Vamos lá!
Primeiro. Sou um aprendiz das artes e só há pouco tempo decidi teorizar mais sobre isso. Minha vivência é pouca, mas rica, porque foi feita a braços com gente do caralho, como Wlad Lima, Karine Jansen, Walter Bandeira, Miguel Santa Brígida, Aníbal Pacha, Adriano Barroso e Aílson Braga, entre outros, mais ou menos (in)diretamente, e é pela vivência que digo e faça as coisas que. (jeito de escrever imitado do Caio F.). Logo, estou mui longe de ter a verdade dos fatos, o que não me impede de, por lógica e aceitação, expressar minhas idéias.
Assim como todos nós!!
Segundo. Mente todo aquele que dizque trava contato com uma obra artística de maneira indiferente. “Eu sento no cinema e desligo o cérebro”, “fui lá só pra me divertir”, “tá todo mundo lendo, oras...”. Balela! Tanto que a criatura gosta ou não do que viu e pra isso precisa praticar um juízo de valores. Ela pode até não dizer que gostou porque a luz, o enquadramento, a técnica tal, o processo criativo do ator-diretor-dramaturgo, a etnocenologia... mas se ela gostou (ou não), então a Arte mexeu em algo que é própria dela. E a Arte é isso: como uma enzima que cataliza certos processos emotivos. O mecanismo enzimático segue regras. Já a emoção despertada...
É claro que fiquei mais crítico! Não é isso uma conseqüência do estudo e do amadurecimento? É possível que minha natureza ácida tenha igualmente recrudescido, mas e daí?! O Jabor pode por que é famoso e fala no Jornal da Globo, mas eu não?! Me compre um bode!!!
Não estudei para ser crítico (algum crítico o fez?!), mas sei muito bem que gostei de Transamérica pela composição de personagem feita por Felicity Huffman, que A Dama na Água tem o talento do Paul Giamatti para segurar seu ritmo perigosamente spilberguiano (isso é uma expressão pejorativa), que Silent Hill é legal, mas tão clichê que só seria bom se não o fosse e que se não contasse com as interpretações do Antonio Calloni, Bianca Comparato e meninas, o desesperançado final de Anjos do Sol faria pensar numa matéria sensacionalista do Datena.
Sinto muito, mas me é impossível dizer que-gostei-não-gostei.
Espero que pelo menos meus comentários colaborem para instigar perguntas e desejar respostas (presunçoso?), como, abençoadamente, bons amigos por sua vez fizeram comigo.
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