quinta-feira, novembro 30, 2006

VIDE O VERSO

Vou me arriscar a falar aqui de uma coisa que eu simplesmente não domino e que nada estudei nesses muitos poucos anos de vida artística: a dança. Pior, dança contemporânea. Mas vou me dar esse direito porque, apesar de tudo, ainda posso sentir e sentimento é o que aflora voraz do espetáculo Avesso, da Companhia Moderno de Dança, coreografia de Ana Flávia Mendes.
O primeiro impacto são os próprios dançarinos, ou bailarinos – ou ainda, na fala da própria Ana Flávia: intérpretes-criadores. Lembrando recente matéria sobre o Balé Nacional de Cuba e os rodopios infindáveis de sua primeira bailarina, o apuro técnico de Deborah Colker, a extasiante abertura de Fale com Ela, de Almodóvar, onde Pina Bausch executa Café Muller , temos a imagem de corpos delineados, músculos que saltam aos olhos, um padrão estabelecido pela própria dança e pelo preparo que ela exige de seus discípulos. Em Avesso o que eu tenho são artistas que fogem a essa estética sem no entanto perder a beleza, uma força acrobática e uma leveza que os faz parecer cheios de ar quando saltam e caem, silenciosos, sobre o chão. Enquanto o Bolshoi me encanta e intimida, A Cia Moderno me extasia e convida a dançar, pois me dá a intimidade (e a soberba!) de que eu posso fazer aquilo. Para a coreógrafa, o trabalho com esses dançarinos é um ganho. Ao sair da forma tradicional da dança, advém o inusitado, uma surpresa que nasce tanto do biótipo, passando pela condição física daquele que dança, quanto de sua própria vivência. Uns têm experiência em balé clássico, alguns em dança, outros ainda em artes marciais. Dessa miscelânea nessa a harmonia que me remete à cena inicial do espetáculo, quando os bailarinos vão se agrupando um a um, somando um único corpo, um mesmo ser, a unidade que eu tenho na cena que antecede o apagar das luzes de Sônia Lopes.
Um segundo ponto é a repetição de gestos ao longo do espetáculo, igualmente observado em outros trabalhos, como os de Miguel Santa Brígida e o Teatro do Movimento da Companhia Atores Contemporâneos. Não há, conforme Ana Flávia e Santa Brígida, uma regra ou conceito dentro da dança que explique / justifique / solicite essa repetição. Para ambos há, em seus respectivos trabalhos, um reforço estético que valoriza o gesto dentro daquilo que se propõe. Ainda segundo Ana Flávia, falta aos grupos locais uma poética consolidada para a dança e quando se encontra uma partitura gestual que funciona dentro do que se deseja para determinado trabalho, ela acaba sendo reproduzida na busca de sua afirmação; uma conseqüência direta ou indireta desse elemento é provocar o público, instigá-lo a buscar entender o porquê daquela repetição, o que ela representa dentro do espetáculo, que sensações ela provoca.
E aí voltamos ao que me cabe: sensações, não só as de um desejo antigo e não realizado de dançar, como as de buscar compreender as histórias internas que motivaram cada um daqueles movimentos. Sem a fala, sempre tão presente no teatro, superando amiúde o próprio intérprete, o olhar recai sobre a mão que se eleva, o joelho que dobra, um tremor do corpo, a respiração suspensa enquanto o corpo assume formas inaturais ao som da trilha original de Zé Mário Mendes .
E a mente viaja sem conseguir chegar a um resultado. Ou não chegar a qualquer final seja exatamente esse presente que Avesso nos dá, pois estacionamos no meio de um turbilhão de sentimentos, dúvidas e desejos e esperar pelo aceno seguinte vai nos manter acordados até o próximo encontro.
Não é a vida assim, ao contrário, eterna incógnita, que nos impulsiona para frente?

SERVIÇO:
Espetáculo AVESSO, com a Cia Moderno de Dança.Local: Teatro Waldemar HenriqueSessões:(28/11) 3a feira - 18h30(29/11) 4a feira - 20h30(30/11) 5a feira - 20h30
Após a sessão de 4a feira, 29/11, haverá um debate com os participantes do espetáculo mediado pelo poeta e Prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro.

Para escrever este artigo, contei com as informações fornecidas por Miguel Santa Brígida e Ana Flávia Mendes, profissionais e amigos maravilhosos, de cuja arte eu não posso prescindir!

terça-feira, novembro 28, 2006

É NAZARÉ LÁ NA PORTA DA SÉ!

Lá´uval a Santinha! Esperada por tantos. Adorada por todos. Navegando sua berlinda num mar de gente. Essa Maria em particular, trovadora, risonha, olhos arregalados em azul. No manto dourado o símbolo de um dos grupos mais criativos e importantes do teatro em Belém – o Gruta –, a cobiça dos personagens-título e a escrita de Aílson Braga, que fez de um dos elementos-símbolo do Círio de Nazaré o mote para A Peleja dos Soca-socas João Cupu e Zé Bacu.
Apresentado no espaço Cuíra – inaugurado com esse espetáculo (VER Bem-vindo a um mundo novo) – o texto de Aílson parte da tradição dos bonecos de miriti, que de suas girândolas colorem e festejam a festa maior do povo paraense, para falar de gente. Da gente!
João Cupu e Zé Bacu são dois bonecos de miriti, soca-socas, aqueles que ficam pilando alguma coisa, sentados de frente um pro outro, movendo-se por uma cordinha, que têm desejos bem distintos: enquanto um sonha com grandeza, riqueza, morar na Capital, o outro se contenta no seu fado eterno de socar o vazio. A aparição de Nossa Senhora de Nazaré ricamente vestida no seu manto se torna para o ambicioso João Cupu a chance de realizar todos os seus sonhos, grandes demais para caber nas várzeas de Abaeté. Julgando que enganam a santa, chegam a Belém e se vêem entre maravilhados e assustados com tanta gente, acabando separados, cada um conforme as suas obras, descobrindo enfim que é preciso muito pouco pra ser feliz e que dentre muitas coisas, a amizade é um tesouro inestimável, sempre ao alcance da mão, sempre substimado!
Na encenação simples e bela de Henrique da Paz, usando tanto os recursos do teatro de atores, quanto o de bonecos, secundados pela música de Rutiel Felipe, A Peleja dos Soca-socas João Cupu e Zé Bacu é divertimento garantido e agradável para toda a família, um resgate de valores culturais e, sobretudo, uma mostra do poder mítico do teatro em corporificar gente, deuses, sentimentos, tradições.

SERVIÇOS
A peleja dos soca-socas João Cupu e Zé Bacu – Espaço Cuíra, dias 01 e 02 de dezembro, às 21h00 e dia 03 de dezembro às 20h00.
Valor do ingresso: R$ 10,00 (meia para estudantes)
Elenco: Sérgio Carvalho, Leandro Ferreira, Áina Rodrigues, Evanildo Mercês e Rosilene Cordeiro
Cenografia: Aldo Paz
Figurino: Aníbal Pacha
Direção musical: Rutiel Felipe
Iluminação: Milton Ayres
Texto: Aílson Braga
Direção: Henrique da Paz
Produção: Monalisa da Paz
Uma realização Grupo Gruta de Teatro

quarta-feira, novembro 15, 2006

TU FALAS DE AMOR...

O Cordel do Fogo Encantado canta Ai Se Sêsse, poema de Zé da Luz. Dizque os versos foram feitos porque afirmaram ao poeta que para se falar de amor era necessário um português correto. Santo Deus! Imagina o naipe de quem faz uma declaração dessas!
Vejamos: falam de amor os clássicos de William Shakespeare, as obras de Machado de Assis e os furores de Caio Fernando Abreu. Mostram o amor o chaterrímo Dr. Jivago, passando pelas películas viscerais de Almodóvar até as produções americanas que empesteiam a Sessão da Tarde, tão ao gosto popular. Cantam o amor as peças de Beethoven, as canções deliciosas de Vinícius e Toquinho e mesmo o batidão pestilento dos bailes funk. A única vantagem em cobrar erudição pra se falar de amor seria uma drástica redução da produção cultural e ... artística... mundial, além de diminuir o mercadejar vulgarizado desse tão nobre sentimento. Shakespeare não investiu em um ensino acadêmico, mas tinha a seu favor viver num tempo em que não se pedia a retirada dos acentos para “facilitar” o aprendizado da língua. Tudo o que para ele era natural dizer, pra nós é culto (e olha que ele tem uns trabalhos chaaaatoooosss!!!) Imagina então o bom Machado de Assis vendendo cocada na rua e sem maiores recursos para estudar. Para quantos (como eu) que acreditam em reencarnação, fica fácil entender sua facilidade com as letras; para todos os que aceitam a unicidade da vida vira genialidade, no sentido sobrenatural da palavra.
Reproduzo abaixo Ai Se Sêsse, porque sua escrita me emocionou muito, sobretudo pelo sotaque carregado e mesmo irritante dos pernambucanos do Cordel. Vou me quedar tranqüilo por saber que não há criatura que possa dizer o que é o amor. Que ele seja dito pelos que conjugam corretamente os verbos na segunda pessoa do singular, pelos aborígines ciclotímicos do Burkina Faso, pelas candidatas a atriz da novela das seis. E que seja sentido por todos!

Ai Se Sêsse

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Da vês que nois dois ficasse
Da vês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse
e as virgi toda fugisse

terça-feira, novembro 07, 2006

O GLORIOSO AUTO DO NASCIMENTO DO CRISTO-REI - O TERCEIRO MILAGRE

A Sol Informática apresenta uma produção da Companhia Teatral Nós Outros:

O GLORIOSO AUTO DO NASCIMENTO DO CRISTO-REI - O TERCEIRO MILAGRE

“Senhores desta casa, licença que eu vou chegando!”

Pela porta que se abre entra o som da viola e os cânticos louvando quem os recebe. Depois, de casa em casa, a comitiva prossegue seu labor de anunciar o nascimento do Cristo-Rei, recolhendo os donativos que sustentam sua jornada.
É no espírito das folias de reis e das pastorinhas que a Companhia Teatral Nós Outros vem pedir licença para apresentar O Glorioso Auto do Nascimento do Cristo-Rei. Temos nessas manifestações arte e beleza enormes; na simplicidade de suas falas e canções, mais do que nossa realidade, o incentivo de buscar preservar o que um povo tem de maior: sua cultura.
Em seu terceiro ano em cena, O Glorioso Auto do Nascimento do Cristo-Rei reúne o texto premiado com o primeiro lugar no concurso nacional de dramaturgia da FUNARTE (2004), belíssimas canções populares e a arrebatadora história da vinda de Jesus à Terra.

sinopse

Cansado de a cada ano ver se repetir o nascimento de Jesus, renovando as esperanças da Humanidade e inviabilizando a implantação de seu reino na Terra, o Diabo decide impedir a vinda do Messias, tentando dissuadir todos a tomar caminhos diversos e mudar o curso da história.
Existem dois pólos mestres na encenação: o Diabo e Maria, símbolos do poder terreno e temporal e da abdicação e real felicidade. A eterna luta do Bem contra o Mal, tantas vezes encenadas nos inúmeros autos existentes no mundo ganham as cores e os sons de um Brasil enorme, cheio de contrastes e dificuldades, onde o que se é, mas do que o que se tem, determinam a fugacidade ou a eternidade da vida.

A G E N D A

03 de dezembro de 2006 - 17h30 - Estação das Docas

09 de dezembro de 2006 - 20h30 - Casarão do Boneco

10 de dezembro de 2006 - 17h30 - Estação das Docas

14 de dezembro de 2006 - 20h30 - Escola Cordolina - Pratinha

15 de dezembro de 2006 - 20h30 - CEI - Icoaraci

16 de dezembro de 2006 - 20h30 - Igreja do Sagrado Coração - Pratinha

17 de dezembro de 2006 - 17h00 - São José Liberto

21 de dezembro de 2006 - 20h30 - Fundação Curro Velho

22 de dezembro de 2006 - 20h30 - Escola de Teatro e Dança da UFPA

23 de dezembro de 2006 - 20h30 - Escola de Teatro e Dança da UFPA

28 de dezembro de 2006 - 20h30 - Praça do Carmo - A CONFIRMAR

29 de dezembro de 2006 - 20h30 - Casa das Onze Janelas - A CONFIRMAR

30 de dezembro de 2006 - 20h30 - Igreja de Jesus Ressuscitado - Médici

04 de janeiro de 2007 - 19h00 - IAP

05 de janeiro de 2007 - 19h00 - IAP

06 de janeiro de 2007 - 19h00 - IAP

TODAS AS APRESENTAÇÕES TÊM ENTRADA FRANCA, COM RODADA DE CHAPÉU.

ESTAREMOS DISPONIBILIZANDO PROGRAMAS (R$ 2,00), CAMISETAS DO ESPETÁCULO (MALHA DE ALGODÃO FIO 30, NA COR PRETA, 03 MODELOS À ESCOLHA - MARIA, JESUS, OU DIABO - R$ 18,00 - 02 por R$ 32,00 e 03 por R$ 45,00) E BONÉS DA COMPANHIA (R$ 10,00)

ELENCO
Cleciano Cardoso - Herodes, Gaspar, o mago & Rachel
David Passinho - Arcanjo Gabriel
Hudson Andrade - Diabo
Lucas Alberto - Anjo-guia & Melchior, o mago
Márcio Alves - José
Rod Ferreira - Jesus & Menestrel
Thiago Modesto - Baltazar, o mago & Soldado romano
Vandiléia Foro - Maria
MÚSICOS
João Paulo - percussão
Júnior Cabrali - violão e violoncelo
Marcus Paulo - violão
Aníbal Pacha & elenco - figurino & adereços
Rod Ferreira - cartazes, programas e camisetas
Milton Aires - diretor assistente e luz
Hudson Andrade - texto e direção


ASSISTA. DIVULGUE! O DIVINO SANTOS REIS HÁ DE SER SUA DEFESA!!!

quinta-feira, novembro 02, 2006

BEM VINDO A UM MUNDO NOVO!

Nesta sexta, 03 de novembro, um novo espaço para a arte e a cultura abre suas portas em Belém. O Espaço Cuíra inaugura sua sede na Primeiro de Março, esquina com Riachuelo, há poucos passos da Praça da República. Com o andamento do projeto, que contou, pasmem, com o apoio do empresariado local para a sua concretização, não houve como o Cuíra preparar um espetáculo de estréia. As honras ficaram por conta do Gruta, que apresenta sua mais nova produção, A Peleja dos Soca-socas João Cupu e Zé Bacu, texto de Aílson Braga, que utiliza o universo brinquedos de miriti - tradicionais em nossa região, comuns sobretudo na quadra nazarena -, para contar mais uma de suas histórias. Como ainda não tive a oportunidade de assistir ao espetáculo, fica pra depois minhas considerações e as devidas apresentações.
O que me leva a escrever agora é o fato singular dessa inauguração. Pode parecer até irônico da minha parte, mas não há nenhuma ironia no meu tom de falar. Existe na realidade uma grande alegria! Soube da aquisição do prédio, da busca de apoio, do início dos trabalhos, da montagem do Gruta, do atraso na estréia-inauguração (que deveria ter ocorrido no dia 20 de outubro), mas tudo de longe. Passava em frente, via a movimentação, a pintura da fachada, mais nada. Agora o Espaço Cuíra é uma realidade.
Em entrevista recente ao SBT Belém, o Cláudio Barros, integrante do Cuíra, explicou sobre o processo, convencimento dos empresários, que perceberam a importância do investimento (desculpem, é inevitável: !!!), sobretudo porque além do seu caráter cultural e artístico, abrindo vagas para que os demais grupos de teatro possam ensaiar e apresentar suas montagens, existe ainda o aspecto cultural, oferecendo oficinas e oportunidades para a sociedade. O local, é sabido, fica numa zona de prostituição. Qualquer um que passe por lá percebe isso. Tanto que um dos primeiros comentários que ouvi e compartilhei é de que o público do Cuíra não gostaria muito de freqüentar o espaço. Calma! Quando digo público do Cuíra, não falo do expectador regular de teatro, mas de uma platéia mais seleta que, venhamos e convenhamos, o Cuíra tem. Nem sei se isso é ruim. Também não estou afirmando que o grupo seja elitista, ou coisa e tal, apenas estou citando um fato! Voltando: a proposta é ofecerecer às prostitutas (os) e seus familiares atividades relacionadas ao fazer teatral. Isso é algo realmente maravilhoso!
Maravilhoso porque os grupos de teatro de uma maneira geral parecem herméticos, produzindo suas peças e apresentando-as quando e onde Deus der bom tempo. E só! Vemos entidades como o Curro Velho e Casa da Linguagem agindo diretamente com o povo, ensinando ofícios, praticando arte, semeando novos parceiros dessa nossa combalida atividade. Muitos desses trabalhos são oferecidos pelas pessoas mesmas que formam os tantos grupos de teatro da cidade, mas agem em nome próprio, não de suas agremiações. Um pouco é por falta de espaço próprio. Outro tanto é falta de boa vontade mesmo! Imagina se cada grupo tivesse sua sede, ou que utilizasse um espaço de forma sistematizada, produzindo novos espetáculos e retornando ao público não apenas este resultado, mas formando consciências, opiniões, desenvolvendo o hábito saudável e imprescindível da leitura, da discussão saudável, da filosofia, do embate lúcido de idéias, da geração de novos conceitos, gerando, parindo e criando mais e muita Arte? Que haveria se a música, o teatro, a pintura, a dança, a escrita, a oratória, a poesia substituissem o ócio e a inércia abjetos que campeiam esta minha amada e adormecida cidade? Que rendimentos nas escolas! Que afastamentos de situações de risco! Que novas idéias e cidadãos!
O Espaço Cuíra é apenas uma semente. A árvore produzirá frutos conforme a semeadura. A colheita, obrigatória, pode tardar, mas é inevitável. Que seja farta. Que seja doce. E indefinida!

SERVIÇO

A Peleja dos Soca-socas João Cupu e Zé Bacu
com Grupo Gruta de Teatro
Texto de Aílson Braga
Direção de Henrique da Paz
Espaço Cuíra - Tv Primeiro de Março, esquina com Tv. Riachuelo
03, 04, 05, 09, 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de novembro de 2006, sempre às 21 horas.
Ingressos a R$ 10,00 com meia entrada para estudantes.