sábado, setembro 23, 2006

DE MIM PARA CONTIGO



Hudson Andrade em cena de Medéia – a tragédia do feminino ultrajado (Brasil, 2004), dirigido por Adriano Barroso e Aílson Braga. Durante os vários meses de ensaio deste espetáculo, mais do que criar um produto artístico, tentou-se criar uma consciência sobre o fazer teatral, ou, termo que gosto muito, sua carpintaria. Todo o processo de criação de um espetáculo, sua dramaturgia, cenografia, figurino e adereçagem, aspectos comerciais de venda do produto, enquadramento de projetos de incentivo, busca de patrocínio. Um espaço de (difícil) convivência para o treinamento físico do ator, criação do personagem, aulas nas quais Adriano e Aílson nos apresentavam os universos de Stanislavsky, Artaud, Grotowski, os textos clássicos, ou contemporâneos, para criar um espetáculo dentro de outro espetáculo, que bebendo da literatura universal, viesse (tra)vestido da cultura popular. Parte desse caminho foi trilhado pela ausência de patrocínio. Faltam-se recursos, vibram a criatividade. Um teatro cuja simplicidade, reaproveitamento, ou ressignificação de materiais não sejam justificativas para a feiúra; onde, sobretudo, o que valha seja o ator e seu ofício, que não é mentir nem fingir, mas conduzir pelas mãos, olhos, ouvidos, coração e alma a platéia para um mundo e um tempo que não são dela. Mostrar mais do que de qualquer outra forma, como são plurais esses seres humanos.

Este espaço é destinado às artes todas, sobretudo ao teatro, a quem dedico muito da minha vida, batizado que fui no vinho de Dionísio – Evoé! –, despido de mim, pleno de tudo.
Soaram já três bastonadas!
Merda!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

oie
não entendo muito de arte, quanto mais a estilos e peças de teatro, mas é com grande satisfação que vejo V.Sa. (mesmo que numa foto), nos tablados. Parabéns

Anônimo disse...

Meu Amigo !!!
Adorei seu BLOG, você como sempre...inteligentíssimo !!!
Sua sensibilidade, em relação à cultura é adimirável.
Beijos
Patrícia Shiozaki